Profissionais da Educação participam do curso de formação do projeto “MPT na Escola”

Cerca de 90 professores e pedagogos de escolas de ensino fundamental participaram da capacitação oferecida pelo projeto MPT Na Escola. O curso ocorreu na última sexta, 31, no auditório da Faculdade Multivix, em Vitória. A ideia é que esses educadores atuem como multiplicadores no processo de conscientização dos alunos, da comunidade escolar e da sociedade no geral, com o propósito de erradicação do trabalho infantil.

O primeiro palestrante da tarde foi o procurador do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES), Marcos Mauro Rodrigues Buzato, no qual foi discutida a “Atuação do MPT no combate ao trabalho infantil e na promoção da aprendizagem”. Além de informar sobre a estrutura organizacional do órgão, metas de atuação do MPT por meio de suas coordenadorias, o membro também discorreu sobre os três eixos da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância), com os seguintes temas: profissionalização, educação e políticas públicas.

Ao discursar para os participantes, Buzato salientou: “vocês são atores importantes para que a gente consiga realmente fortalecer o nosso trabalho. A premiação, é só uma forma de dizer que vocês são importantes. Porém, mais do que a premiação, é nós acompanharmos o resultado, que é o trabalho dos alunos, a conscientização que esse projeto consegue alcançar e possibilitar”.

A procuradora do MPT-ES, Thaís Borges da Silva, palestrou acerca dos “Mitos e verdades sobre o trabalho infantil” e “Rede de Proteção”. A representante do órgão ministerial iniciou explicando o que é trabalho infantil, os principais ramos em que ele ocorre e mostrando dados a respeito do tema. Ademais, a procuradora expôs os mitos e prejuízos físicos, morais e sociais advindos do trabalho infantil e como denunciá-lo.

“No que se refere ao trabalho infantil, temos que criticar o senso comum, dar um passo além. (...) A verdade é fruto da ciência, do estudo, da pesquisa. Então, educadores não podem ser reprodutores de mitos de trabalho infantil. Estamos aqui hoje para quebrar todos eles. E rompemos isso, com estudo, com dados estatísticos e com a nossa experiência prática, que demonstra que nenhum deles é verdadeiro”, alertou a expositora.

Em seguida, a analista socioeducativa do Centro Salesiano do Aprendiz (Cesam), Tatiany Gomes da Silva Cordeiro discursou sobre “A importância da aprendizagem no combate ao trabalho infantil”. Em sua fala, Tatiany explicou o histórico da lei da aprendizagem e o acompanhamento socioeducativo e escolar realizado pela instituição. Tratando sobre o trabalho desempenhado pela instituição filantrópica, Tatiany frisou a necessidade de capacitar, compreender e desenvolver o adolescente participante, “para que ele consiga e para que ele acredite que ele pode ter uma vida diferente”, destacou.

“A educação no enfrentamento ao trabalho infantil” foi tema da palestra proferida por Alessandra Zardo Azevedo Venturim, gestora estadual do PETI na Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social do Espírito Santo (Setades). “Os municípios capixabas estão todos de parabéns pelas ações do dia 18 de maio, que é o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. E qual é o papel do professor? O olhar. Tem que estar atento se o aluno está com baixa autoestima, com péssimo rendimento escolar, se ele está agressivo, ele não quer se enturmar com o grupo de colegas, essa criança as vezes chora... Todos esses são sinais”.

Encerrando a tarde de capacitação, o assessor de Relações Públicas do MPT-ES, Wendell Luís Táboas, trouxe informações de algumas edições das revistas do MPT em Quadrinhos – projeto no qual atua como gerente – e que serão utilizadas como material de apoio no ensino e conscientização de crianças e adolescentes.

Primeira participação - A professora de suporte pedagógico da Secretaria Municipal de Aracruz, Janete Ribeiro Loureiro, participou pela primeira vez da formação do MPT na Escola. Ela vê a questão do trabalho infantil como um desafio para o município, para o estado do Espírito Santo e para todo o Brasil. “Esse é o principal foco de estarmos nessa discussão. Em segundo momento, pensar o trabalho infantil distante da escola, não tem como ocorrer, pois, o público que está na escola, é o público vítima da prática de um trabalho que tira o direito à aprendizagem, o direito de infância dessa criança”.

Ao retornar ao município de Aracruz, o objetivo da professora é “desenvolver práticas, pensar o que é possível dentro da escola e o maior significado disso tudo, é pensar como isso vai impactar na melhoria das nossas políticas públicas e no aprimoramento dos resultados”, frisou.

Material para o concurso cultural - Os educadores receberam material de apoio para auxiliar na formação, o qual será usado na sala de aula e no desenvolvimento dos trabalhos para a realização da última etapa do projeto, conhecida como Prêmio MPT na Escola. O concurso agracia os melhores trabalhos de estudantes, distribuídos em seis categorias.

 

Confira alguns momentos:

 

 

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