Procuradora do MPT-ES participa de evento da Semana Nacional de Aprendizagem

Foi assim que começou a Semana Nacional de Aprendizagem, em Vitória: adolescentes aprendizes cantando paródias sobre educação e recitando poemas em agradecimento aos programas de aprendizagem. As apresentações ocorreram na última terça-feira (27/8), no auditório do Senac, e fizeram parte do seminário A aprendizagem como estratégia de combate ao trabalho infantil.

O evento foi uma das ações resultantes da parceria entre o Ministério Público do Trabalho (MPT-ES), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), a Superintendência Regional do Trabalho do Espírito Santo e o Fórum Estadual de Aprendizagem, Proteção ao Adolescente Trabalhador e Erradicação ao Trabalho Infantil (Feapeti).

Para a procuradora do MPT-ES, Thaís Borges da Silva, é preciso, ainda, fomentar a aprendizagem. “Aqui no estado, felizmente, temos atuado de forma sistêmica e obtido resultados bem significantes de cumprimento da cota. Mas, precisamos ampliar, tanto no atingimento de empresas, quanto no oferecimento de cursos mais diversificados", pontua a procuradora.

Segundo a juíza do trabalho Rosaly Stange Azevedo, a importância do seminário foi atrair atores de diversos segmentos e apresentar modelos de aprendizagem que podem ser colocados em prática no estado. “Assim, encontramos alternativas para efetivar o princípio da proteção integral, sempre respeitando as especificidades do estado e da cultura local e reconhecendo que muitos adolescentes precisam efetivamente ser inseridos no mercado de trabalho de forma protegida, para a construção da própria vida", enfatizou a magistrada.

A juíza do trabalho Suzane Schulz Ribeiro, que também esteve presente no evento, defende que a aprendizagem é uma das ferramentas principais no combate ao trabalho infantil, porque introduz de modo decente e protegido os adolescentes que podem trabalhar a partir dos 14 anos.

Programação

O seminário foi marcado por discussões sobre o tema Experiências e boas práticas de aprendizagem e apresentações culturais de adolescentes aprendizes do Centro de Orientação e Encaminhamento Profissional (Coep), Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), Instituto Formar e do Centro Salesiano do Adolescente Trabalhador (Cesam).

Na parte da manhã, estavam presentes os auditores fiscais do trabalho Katleem Marla Pires de Lima, de Goiás; Ramon de Faria Santos, do Rio de Janeiro, e Péricles de Sá Filho, do Espírito Santo, que atuou como mediador.

Já no turno vespertino, a mesa foi composta pelas auditoras fiscais do trabalho do estado de Minas Gerais e Bahia, respectivamente Christiane Azevedo Barros e Taís Arruti Lyrio Lisboa.

Para a psicóloga do Centro de Orientação e Encaminhamento Profissional (Coep), Rosângela Celga, “a aprendizagem é uma perspectiva de uma vida melhor para esses jovens que, na maioria das vezes, vivem em situação de vulnerabilidade", expressou a psicóloga.

E o que eles estão achando? 

 O aprendiz Paulo Victor Ferreira Fernandes, 16 anos, que participa do programa do Senac há três meses, afirma que a aprendizagem tem gerado ótimos resultados para a sua vida. “Olha, eu não vou mentir pra você, não. Antes do programa eu era muito à toa. Aqui, aprendi a socializar muito mais. Como sou do setor de vendas, estou lidando diretamente com as pessoas todos os dias, então aprendi a agir com mais calma. Aprendi a elaborar trabalhos, o que me ajuda na escola também", contou Paulo. 

Matheus da Cunha Ferreira, 16 anos, entrou no Ciee em abril e diz que está tendo uma ótima experiência com o programa. “Já aprendi muitas coisas, conheci muitas pessoas e me desenvolvi em certas áreas que tinha dificuldade. Hoje, consigo ser mais comunicativo e mais ágil na empresa. E isso foi me deixando mais alegre com a vida", relatou.

Ninive Alice de Oliveira Rodrigues, 15 anos, participa do programa desde abril e conta que essa está sendo a sua primeira experiência profissional. “Como diz o próprio nome do programa, Adolescente Aprendiz, estamos aprendendo o que poderemos fazer no futuro. Também permite que juntemos dinheiro, como eu estou juntando para fazer faculdade de Direito e depois atuar como perita criminal", disse. 

A adolescente Thaynara Rampinelli, 17 anos, está há quatro meses no programa e conta que se sente realizada por alcançar o objetivo de entrar no mercado de trabalho antes dos 18 anos. “Hoje, vejo como um aprendizado, em que cada vez mais estou crescendo e conseguindo me adequar a esse mercado. É uma oportunidade na minha vida que eu quero levar para sempre", declarou.

Crédito do Texto: Setor de Comunicação e Cerimonial (Scom) do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região

 

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