Combate ao trabalho infantil é tema de palestra na Ales

Combater a prática de trabalho infantil e trabalho escravo. É esse o objetivo da 2ª Expo Aprendizagem do Espírito Santo, realizada nesta sexta-feira (15), na Assembleia Legislativa pelo Fórum Estadual de Aprendizagem, de Proteção ao Adolescente Trabalhador e Erradicação do Trabalho Infantil (Feapeti) e com o apoio do Legislativo Estadual.

De acordo com levantamento feito pela Fundação Abrinq, no Espírito Santo mais de 50 mil são vítimas do trabalho infantil. Para tratar do tema, o evento recebeu, durante a manhã, a juíza do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) Suzane Schulz. A importância da denúncia e da censura a essa prática foram citadas pela convidada.

A palestrante fez um paralelo entre as práticas de trabalho infantil e trabalho escravo. “Existe uma estimativa de que 90% dos trabalhadores escravizados também tiveram a mão de obra explorada durante a infância”, alertou. Outra forma de enfrentar o problema é a censura aos produtos que são fruto dessa prática.

A convidada também falou da importância da denúncia para um combate efetivo. “Alguns mitos atrapalham o nosso trabalho como o que diz: é melhor trabalhar do que roubar. Isso não pode ser levado na brincadeira, é preciso denunciar qualquer suspeita quando detectada”, afirmou.

A juíza explicou que a criança ainda não possui preparo físico nem psíquico para o mundo do trabalho. “Crianças e adolescentes se acidentam quatro vezes mais do que adultos exercendo a mesma prática. A criança precisa cumprir todas as suas etapas, incluindo o aprendizado antes de ser inserida no mercado”, informou a palestrante.


Aprendiz

O outro palestrante da manhã foi o vice-procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT-ES), Levi Scatolin. O convidado defendeu a ampliação da cota mínima de contratação de menores aprendizes e deficientes, que é definida pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e hoje é de 5%. Para ele, essa seria uma forma de combater o trabalho infantil.
O palestrante falou também sobre a luta que vem sendo travada com os sindicatos que segundo ele, querem diminuir ainda mais essa margem. “O Brasil tem o maior índice de sindicatos do mundo, são cerca de 87 mil, em países evoluídos existem seis ou sete no máximo”, alertou.

Scatolin acredita que também é preciso bom senso dos empregadores. “As empresas precisam abrir as portas para os aprendizes, O Brasil precisa evoluir”. O palestrante terminou sua fala destacando a importância do saber. “Criança tem de brincar, adolescente tem de estudar e eventualmente apender um ofício. Conhecimento é o maior valor e o maior bem que uma pessoa pode ter”, finalizou.

Crédito: Assessoria de Comunicação do Assembleia Legislativa do ES  (texto)

Assessoria de Comunicação do MPT-ES (fotos)

 

 

 

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