Empresas e instituições públicas participam de audiência pública de “Empregabilidade LGBTQIAPN+”
Evento foi promovido pelo MPT-ES em parceria com a Associação Gold
Diversidade, inclusão, respeito, oportunidade e visibilidade. Essas foram algumas das palavras que marcaram a audiência pública realizada nesta quarta-feira, 24, no âmbito do Projeto Estratégico Nacional do Ministério Público do Trabalho: “Empregabilidade LGBTQIAPN+: Políticas Públicas, Empresas e Direitos Humanos”, vinculado à Coordenadoria de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade).
O evento buscou reunir representantes das entidades empresariais, da sociedade civil, de entidades sindicais, de órgãos públicos e de organizações não governamentais, bem como quaisquer outras pessoas interessadas. “Estamos fortalecendo esse movimento no Espírito Santo. A presença de grandes empresas nessa audiência é um exemplo disso”, destacou a procuradora do Trabalho, Fernanda Barreto Naves, vice-coordenadora Regional da Coordigualdade.
O objetivo da audiência pública foi proporcionar a inserção do público LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho e eliminar as desigualdades e possíveis barreiras enfrentadas ao se candidatar a uma vaga de emprego. Empresas como: Grupo Carone, Grupo Boa Praça, Sollo, Vivo e Claro estiveram presentes apoiando o evento e oferecendo oportunidade de emprego e suporte aos candidatos. “Essa parceria é muito importante para as ações de inclusão”, frisou a procuradora.
Para facilitar o desenvolvimento da audiência pública, ela foi dividida em três eixos: boas práticas, políticas públicas e empregabilidade. Por isso, no período da manhã, o microfone foi aberto aos representantes da Associação Grupo Orgulho Liberdade e Dignidade (Gold) e de entidade públicas. Já à tarde, o espaço foi aberto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e à Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).
Qualifica Trans
De acordo com Ana Eva Gonçalves, representante da Gold, os cursos ministrados pelo projeto Qualifica Trans – uma cooperação técnica entre a associação e o Ministério Público do Trabalho – proporcionam aprendizado, capacitação e, de modo geral, apresentam bons resultados. “Porém, buscamos traçar estratégias para que as pessoas possam ingressar no mercado de trabalho e permanecer nele”, afirmou.
Uma das alunas do curso de Cuidador de Idosos, a Rogéria Guimarães, fez questão de manifestar o quanto é grata pela qualificação. “Agradeço à Gold por olhar por nós. Já passamos por muitos momentos ruins. Desejo uma vida melhor”, resumiu.
Políticas Públicas
De acordo com o procurador do MPT em Rondônia e Acre e vice-gerente nacional do Empregabilidade LGBTQIAPN+, Igor Sousa Gonçalves, o Espírito Santo é exemplo em empregabilidade desse público no Brasil. Hoje, o estado está em terceiro lugar no ranking nacional. “Temos que avançar, cada vez mais nessa área. Mas, acredito que esses números já mostram um bom resultado”, disse em tom otimista. “Toda iniciativa de inclusão é marcada por conflitos e problemas, porém, se não houver iniciativa, não haverá avanços”, completou.
E nessa linha de evolução, o Espírito Santo foi escolhido, juntamente com os estados de: Ceará, Maranhão, Pará e Rio Grande do Sul para participar de um projeto piloto do Governo Federal, o Empodera Mais. Segundo o gerente de Políticas de Diversidade Sexual e Gênero da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Filipe Costa Vieira, ao todo são 350 pessoas foram selecionadas e participam do projeto. “Nossa expectativa é que, devido aos bons resultados alcançados, o projeto se estenda por mais tempo e envolva mais pessoas”.
Para o juiz do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 17ª Região, Fábio Eduardo Bonisson Paixão, a informação é fundamental para construirmos um mundo no qual o respeito e a inclusão tomem o lugar da intolerância, do preconceito e da discriminação. Para tanto, todos os setores da sociedade instituições públicas precisam se comprometer. “Falta a nós letramento para julgar certas causas. Por isso, agora, saímos de nossas mesas para estarmos em espaços como esses”, destacou.
Também nessa linha de pensamento, a defensora pública, Camila Dórea Ferreira, registrou em sua fala sobre a responsabilidade de cada instituição nesse processo de atenção à comunidade LGBTQIAPN+. “A Defensoria Pública do Estado está de portas abertas para receber a todos “, enfatizou.
Com um discurso similar, a representante do Ministério Público do Estadual (MPES), Catarina Cecin Gazele, resumiu o sentimento do grupo. “É necessário educar a sociedade de modo geral. Por isso, é fundamental dar visibilidade à comunidade LGBTQIAPN+ para que isso gere união e respeito”, sentenciou a promotora de Justiça.
Empregabilidade
A audiência pública abriu espaço para que o Senac apresentasse seu universo de cursos voltados para todos os públicos por meio de inclusão e diversidade. “O fio condutor da instituição é a educação. Por isso, procuramos atender toda a comunidade”, ressaltou a analista de Educação Profissional do Senac-ES, Wakyla Corrêa.
Já a diretora de Diversidade e Inclusão da ABRH-ES, Josy Santos, destacou sobre inclusão e diversidade no mercado de trabalho. Para isso, ela abriu espaço para que a plateia pudesse expor suas vivências. “Aprendemos mais quando compartilhamos experiências”, finalizou.
No mundo corporativo, é imprescindível da criação de um ambiente de trabalho saudável, acolhedor e livre de preconceito. É verdade que temos ainda um longo caminho a percorrer para que a comunidade LGBTQIAPN+ possa exercitar plenamente as suas garantias e direitos. “Estamos tratando de direitos e Direitos Humanos é o que nos move. Isso é básico. É cidadania!”, concluiu a vice-coordenadora nacional da Coordigualdade, Fernanda Barreto Naves.
Confira alguns momentos:
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Créditos:
Texto - Alcione Coutinho (jornalista responsável)
Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo
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Publicado em: 25/07/2024