MPT em Quadrinhos: nova edição da revista trata sobre violência contra mulher
A HQ traz a história de Natália que precisou de apoio no trabalho quando foi agredida pelo próprio marido
O Ministério Público do Trabalho (MPT) lançou, na última semana, a 64ª edição da revista MPT em Quadrinhos, cujo tema é “Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”. A temática explora a realidade da violência doméstica e apresenta dados que revelam porque é tão importante abordar esse assunto.
Por dentro da HQ
Ao decorrer da trama, dados estatísticos são apresentados ao leitor referentes à violência doméstica e familiar, feminicídio e índices de denúncia. O que configura violência doméstica, quais os tipos, elencados na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, e o que fazer ao se deparar com situações de violência, são informações que compõem a trama. Tratar dessa temática é importante, pois, conforme pesquisa dirigida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), apenas 3% do total das vítimas solicita proteção junto à Delegacia da Mulher. Dentre as que morreram por conta das agressões, apenas 4% tinham registrado Boletim de Ocorrência.
A Lei Maria da Penha ganhou esse nome em homenagem à Maria da Penha, uma mulher que, por vinte anos, lutou para ver seu agressor preso. A Lei é contra a violência doméstica e se estende a casais homoafetivos, núcleos familiares e garante proteção a pessoas trans.
Relevância social do tema
São dados alarmantes que retratam a realidade de quem vivencia situações de violência doméstica e familiar, mas se engana quem pensa que essas situações se limitam ao ambiente íntimo. Há várias formas de violência contra a mulher que podem acontecer também no trabalho. Importunação sexual, divulgação de cena de sexo, assédio sexual, exigência de atestado de gravidez, estupro, violência psicológica, stalking – termo em inglês que significa perseguição por qualquer via, inclusive on-line -, são alguns exemplos de violências que podem acontecer no âmbito profissional.
Estatística
Segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a violência doméstica acontece de forma explícita ou velada, podendo ser física, psicológica ou sexual, e ocorre, na maioria dos casos, dentro de casa, sendo cometida por familiares, Conforme os dados, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil, segundo pesquisa do FBSP, isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram algum tipo de violência. Dados assim reforçam a necessidade de reverberar esse assunto na sociedade. O final de Natália, apresentado na HQ, foi um final feliz, mas esse cenário só foi possível porque onde há informação, há uma chance. Por isso, em casos de violência doméstica e familiar, denuncie.
Canais de ajuda
A ligação para o número 180 é gratuita e está disponível 24 horas por dia, em todo país. Para situações de emergência, o número de contato é o 190. Na internet, pelo aplicativo “Clique 180” é possível denunciar casos de violência doméstica e familiar. Em casos de violência no trabalho, é possível registrar denúncias no site do Ministério Público do Trabalho. Em Delegacias da Mulher (DEAM), Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, Serviços de Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência Sexual ou em Promotorias especializadas na Defesa da Mulher, também é possível buscar auxílio. Como diria Maria da Penha: “Quando a violência termina, a vida recomeça.”
Publicado em: 10 de dezembro de 2021